Esta é uma obra indispensável no curso porque nos ajuda a
perceber, com o recurso a exemplos do passado, a influência do género da divindade cultuada numa determinada sociedade.
.As descobertas feitas pelos arqueólogos, ou melhor, por arqueólogas, como Marija Gimbutas, de sociedades antigas altamente desenvolvidas, apresentando níveis inacreditáveis de bem-estar e equilíbrio social que cultuavam a Deusa ajudam-nos a perceber essa importância. Isto num contexto mais vasto em que outras sociedades, que cultuavam deuses diferentes, guerreavam, saqueavam, pilhavam, escravizavam,
.As descobertas feitas pelos arqueólogos, ou melhor, por arqueólogas, como Marija Gimbutas, de sociedades antigas altamente desenvolvidas, apresentando níveis inacreditáveis de bem-estar e equilíbrio social que cultuavam a Deusa ajudam-nos a perceber essa importância. Isto num contexto mais vasto em que outras sociedades, que cultuavam deuses diferentes, guerreavam, saqueavam, pilhavam, escravizavam,
Os valores que o tipo de divindade cultuada inspira na
respectiva sociedade são determinantes, e por isso num mundo altamente desequilibrado
como o nosso em que nos aproximamos perigosamente da ruptura social e
ecológica, a autora considera crucial olharmos para o passado e percebermos essa importância.
Dois modelos sociais existiram até agora na história humana, diz-nos Riane Eisler, com consequências muito diferentes que vão no sentido oposto um do outro. Trata-se do modelo de dominação e do modelo de parceria. O primeiro, o modelo de dominação, é masculino, patriarcal, mas aquele que sociedades pacíficas, prósperas, igualitárias e sustentáveis, como Creta e Çatal Hüyük conheceram não se pode considerar matriarcal, como por vezes se diz. Se patriarcal implica que o género masculino domina o outro género, as mulheres, os outros homens considerados mais vulneráveis e a própria natureza, não podemos dizer que alguma vez houve um regime de sinal contrário, ou seja, em que as mulheres dominaram os homens. Quando a mulher era importante na sociedade, como nos exemplos que citei, a sociedade era ginocêntrica, à mulher estava reservado um lugar importante, a divindade principal era uma mulher que dava, que gerava a vida, que cuidava e protegia na vida e na morte.
Dois modelos sociais existiram até agora na história humana, diz-nos Riane Eisler, com consequências muito diferentes que vão no sentido oposto um do outro. Trata-se do modelo de dominação e do modelo de parceria. O primeiro, o modelo de dominação, é masculino, patriarcal, mas aquele que sociedades pacíficas, prósperas, igualitárias e sustentáveis, como Creta e Çatal Hüyük conheceram não se pode considerar matriarcal, como por vezes se diz. Se patriarcal implica que o género masculino domina o outro género, as mulheres, os outros homens considerados mais vulneráveis e a própria natureza, não podemos dizer que alguma vez houve um regime de sinal contrário, ou seja, em que as mulheres dominaram os homens. Quando a mulher era importante na sociedade, como nos exemplos que citei, a sociedade era ginocêntrica, à mulher estava reservado um lugar importante, a divindade principal era uma mulher que dava, que gerava a vida, que cuidava e protegia na vida e na morte.
Muito importante perceber que quando o princípio masculino
se tornou dominante, em vez dos valores da vida, e de uma Deusa que dá à luz, passámos
a ter deuses autoritários e ferozes determinando valores como a conquista, o
saque, a pilhagem, a escravização, a imposição da obediência pela lei da
espada, sendo “a força física superior do género masculino a base da opressão
social, da guerra organizada, ou da concentração da propriedade privada nas
mãos dos homens mais fortes”
Luiza Frazão
Fonte: O Cálice e a Espada, Riane Eisler
Imagens: Google (arte de Creta e Deusa de Çatal Hüyük)
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